Árbitra tocantinense fala da carreira em um espaço predominante masculino

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Alvani faz parte, desde 2005, do quadro de arbitragem da Ceaf (TO) e 2007 ingressou na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - Foto: Elias Oliveira/Seduc
Durante o dia dá aula na escola. No período da noite, trabalha como personaltrainer dando aula funcional ao ar livre – Fotos: Elias Oliveira/Seduc

Em um espaço predominante masculino, não só de jogadores como dos árbitros, a árbitra assistente, Alvani Brito Nunes, 36 anos, natural de Porto Nacional, conseguiu inserir seu nome no meio esportivo. Alvani faz parte, desde 2005, do quadro de arbitragem da Comissão Estadual de Arbitragem da Federação Tocantinense de Futebol. Em 2007 ingressou na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

 

Alvani disse que ingressou na arbitragem porque sempre esteve ligada ao meio esportivo, seja praticando judô, futsal, atletismo, ciclismo ou futebol. Segundo ela, queria ser jogadora profissional, mas como o futebol feminino no Tocantins ainda não evoluiu tanto optou em entrar para a área da arbitragem, realizando vários cursos e se aperfeiçoando a cada dia.

 

 

Preconceito

Alvani diz que no começo da carreira foi meio complicado, porque as pessoas olhavam de maneira diferente, pois ver uma mulher em um espaço considerado masculino não era normal, mas conta que com o passar do tempo foi sendo bem aceita e respeitada por todos. Segundo ela, hoje a arbitragem feminina aumentou muito, não só no Brasil, mas mundialmente e, por isso, as pessoas já olham a arbitragem feminina equiparada a dos homens. “Hoje trabalhar com arbitragem feminina no futebol é mais aceitável, jogadores, dirigentes e a própria torcida já demonstram mais respeito pelos profissionais”, destacou a árbitra.

Nas quatro linhas quando está trabalhando disse que percebe que os jogadores obedecem às marcações feitas por ela. Uma vez ou outra escuta algumas piadinhas vindo das arquibancadas, nada que a deixe constrangida. Já nos vestiários quando vai tomar banho após os jogos ou trocar de roupa antes das partidas, disse que os árbitros sempre a respeitaram e dão a preferência. “É um ambiente bem saudável, tranquilo e de muito respeito. Há vestiários que só tem um banheiro, então eles esperam eu tomar banho e trocar de roupa e depois fazem a parte deles”, explicou Alvani.

 

 

Evolução

Para Alvani Nunes as mulheres conseguiram muita evolução no futebol, basta ver que além de árbitras, árbitras assistentes, o meio hoje já tem mulher presidente em clube de futebol, como é o caso do Imagine Futebol Clube de Palmas, cuja comandante é a empresária Fernanda Sommerfeld. Ela ressalta ainda que no futebol pode ser vistas várias mulheres como treinadoras, além de preparadora física, e fisioterapeutas. “Posso afirmar que a mulher no meio do futebol teve uma evolução muito grande, é claro que ainda é preciso ter mais espaço, mas com o tempo elas vão conseguir conquistar ainda mais. A evolução é visível”, comemorou.

 

 

Inesquecível

Alvani conta que durante todo esse tempo na arbitragem tocantinense e nacional, teve um jogo inesquecível em sua carreira. Foi na partida do Brasileiro da Série B de 2015, no jogo entre Vila Nova x ACB de Natal (RN), no estádio Serra Dourada, em Goiânia (GO). Segundo ela, os lances mais complicados do jogo ocorreram do lado onde ela estava trabalhando, mas no final acabou sendo elogiada por todos, em razão de não ter cometido nenhum erro ao longo dos 90 minutos. “Saí de campo muito feliz. Fui elogiada pelos jogadores, pelas comissões técnicas dos dois times e aplaudida pelos torcedores que gritavam o meu nome. Foi inesquecível”, finalizou.

 

 

Dia a dia

Além da profissional das quatro linhas, Alvani tem um dia a dia bastante agitado. É que ela é professora concursada na rede municipal de ensino, e formada em Educação Física na Ulbra. Durante o dia dá aula na escola. No período da noite, trabalha como personaltrainer dando aula funcional ao ar livre com várias pessoas em Taquaralto. E ainda arruma tempo para manter a forma física realizando todo o dia treinamento contínuo não só pelo trabalho que exige isso dentro da arbitragem, mas também visando à saúde.

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