Rogério Ceni e São Paulo: uma relação de 19 anos repleta de glórias

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Conquistas não faltam na carreira Dia 7 de setembro de 1990. Aos 17 anos, um garoto vindo de Sinop (MS) chega ao São Paulo para fazer um teste e tentar a sorte na carreira como goleiro. O tempo passou e nesta segunda, 7 de setembro de 2009, Rogério Ceni comemora a incrível marca de 19 anos no time do Morumbi. E, nas 861 partidas disputadas ele, sem dúvida, construiu uma das histórias mais vencedoras do futebol brasileiro.



Nascido em Pato Branco (PR), Ceni logo mudou-se com a família para Sinop e conciliava os estudos com o trabalho em uma agência bancária da cidade. Aos finais de semana, quando o pessoal do trabalho se reunia para disputar aquela tradicional ?pelada?, ele jogava de volante. Um dia, o goleiro faltou e lá foi ele para debaixo das traves. Não saiu mais. Acabou chamado para treinar no Sinop, um dos times mais tradicionais do Mato Grosso do Sul e onde conquistou o seu primeiro título como jogador, em 1990. No mesmo ano, veio para São Paulo.



Um único teste realizado no CT da Barra Funda foi suficiente para o goleiro ser aprovado. Quem conta essa história é o preparador físico do Tricolor, Sérgio Rocha, que trabalha no clube do Morumbi desde 1982.


– O Rogério era juvenil e me lembro que fui eu quem fez o aquecimento dele. Era uma verdadeira prova de fogo, afinal o coletivo era contra o time profissional. Ele foi muito bem e acertou a sua permanência logo de cara. Quem deu o aval para a contratação dele foi o Valdir Joaquim de Morais (hoje trabalha no Palmeiras). Ele virou júnior, profissional e hoje é esse monstro que todos vocês conhecem ? elogiou Rocha.



Contratado, Rogério Ceni começou a trabalhar com Gilmar e Zetti. Em 1993, logo após ser campeão da Copa São Paulo de juniores, subiu para o profissional. E, em junho do mesmo ano, ele disputaria a sua primeira partida pelo time de cima. Foi um amistoso contra o Tenerife (ESP), em jogo válido pelo troféu Santiago de Compostela. Na ocasião, o Tricolor fez 4 a 1.


O goleiro precisou ser paciente, afinal Zetti vivia grande fase. O São Paulo seguia ganhando títulos e o titular, inclusive, disputou a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. Foi somente em 1997, sob comando de Muricy Ramalho, que Rogério Ceni tornou-se titular da meta são-paulina. Nos treinamentos, além do ótimo desempenho embaixo das traves, ele começou a mostrar que levava jeito para cobrar faltas. Até que, em 15 de fevereiro daquele ano, ele ganhou autorização do treinador para efetuar uma cobrança durante uma partida. A partida era contra o União São João, em Araras. A cobrança foi rasteira, certeira, no canto esquerdo do goleiro Adinan. Ceni começava a marcar seu nome na história do clube. Naquele mesmo ano, ele foi convocado para a seleção brasileira.



Em 1998, Rogério conquistava seu primeiro título como titular. Foi o Campeonato Paulista, com direito a derrota sobre o Corinthians na decisão. Em 2000, o goleiro repetiu a conquista estadual, desta vez sobre o Santos e com direito a gol de falta na grande decisão. Após esse ano, o time viveu uma seca de títulos importantes. Ceni, capitão e líder do elenco, esperou cinco anos para voltar a levantar um troféu de importância.


 


E foi em grande estilo. O time iniciou o ano com o título paulista, fechou o primeiro semestre com o tricampeonato da Taça Libertadores da América e encerrou aquela temporada com o título do mundial de Clubes da Fifa, com uma vitória de 1 a 0 sobre o Liverpool (ING), no Japão. Foi uma das melhores atuações da carreira do jogador que, em 27 de julho daquele ano, comemorava um recorde importantíssimo para a sua carreira. No empate por 0 a 0 com o Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro, ele tornava-se o jogador com o maior número de partidas da história do clube, com 618 jogos, superando Waldir Peres. (Reveja a decisão do Mundial de 2005 e acompanhe os milagres do goleiro)


 


Nos anos seguintes, Ceni seguiu quebrando marcas e levantando troféus. O São Paulo conquistou o tricampeonato brasileiro em 2006, 2007 e 2008. Mas, em abril de 2009, ele viveu o momento mais complicado da sua carreira. Em um treino no CT da Barra Funda, Ceni fraturou o tornozelo esquerdo e ficou quatro meses no estaleiro. Sua volta aconteceu na vitória de 1 a 0 sobre o Fluminense, na abertura do returno do Campeonato Brasileiro. Ele mostrou que está recentemente totalmente recuperado e pronto para ajudar o São Paulo a brigar pelo heptacampeonato.


 


 


Goleiro teve boa atuação na vitória sobre o Cruzeiro, no último domingo O goleiro não esconde a alegria com a importante marca alcançada pelo clube do Morumbi. Com o contrato até dezembro de 2012, ele nem pensa em parar.


– É mais um número expressivo dentro da minha carreira. Se você pensar, em todo esse tempo que eu defendo as cores do São Paulo no Campeonato Brasileiro, já passaram 15 ou 16 treinadores, 300 jogadores. E eu estou firme e forte. Fiz e ainda estou fazendo uma história bonita. Não disputei todo esse número de jogos pelo time da esquina e sim pelo São Paulo Futebol Clube, time que tem uma história rica e importante dentro do futebol brasileiro. E isso é para deixar qualquer um feliz – ressaltou.


Ele até brinca com o longo tempo de clube e deixa claro que o Tricolor é extensão da sua casa.


Parece que o carro sai de casa sozinho e vai para o CT. Tenho lesões, problemas, mas fico orgulhoso pela minha dedicação. A minha dedicação é o meu maior orgulho.  No dia em que parar, nem sei o que vou fazer da vida – concluiu o goleiro recordista, que nos 861 jogos disputados, marcou 83 gols.



(Fonte:Globo.com)

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