Um projeto de desenvolvimento social do Tocantins por meio do futebol. Esta é a ideia da Fundação Marcet, dirigida e presidida pelo espanhol José Ignácio Marcet. O executivo da fundação já esteve duas vezes no Estado para checar as peculiaridades do Tocantins e começar o trabalho de instalação da entidade.
Por enquanto, as ações ainda são tímidas. Está definida a viagem de seis jovens, sendo dois indígenas, para passar um período treinando futebol e conhecendo a Europa. Além disso, um time de jovens estrangeiros de várias partes do mudo treinado pela equipe técnica da Fundação Marcet passou um mês no Estado conhecendo o futebol local e enfrentando equipes de categoria de base.
No entanto, segundo revelou Marcet ao Jornal do Tocantins, em parceria com o governo do Estado, a Fundação pretende espalhar 20 centros de tecnificação Marcet no Estado, cada um com ao menos professores e cerca de 530 alunos, com idades variando de 7 anos a 15 anos.
Para isso, a fundação está em tratativas com a Secretaria Estadual de Educação e com Secretaria Estadual de Esportes. Depois, com o projeto consolidado no Estado, a ideia é poder atingir toda a rede de educação do Tocantins, oportunizando aos jovens prática de futebol de qualidade, com o treinamento adequado.
Iniciativa
Marcet deixa claro, porém, que essa iniciativa, que envolveria cerca de 100 mil jovens, não será construída de um dia para outro, mas depende que todas as ações de parte sejam realizadas e o desenvolvimento do plano tenha sucesso. Além disso, o cumprimento dessa meta só vai se dar após alguns anos de trabalho.
Marcet, que entregou um projeto detalhado dos planos da fundação, com o roteiro de como a iniciativa deve ser implantado no Estado, ao governador Marcelo Miranda (PMDB), ressaltou que para 2010 a ideia é fazer com que o projeto chegue as cidades de Araguaína, Porto Nacional, Miracema e Gurupi, além de Palmas, onde a fundação já possui representação.
Atualmente, a Fundação Marcet tem projetos semelhantes espalhados em vários locais do mundo. O recurso para estas ações vêm dos alunos particulares que querem estudar em países da Europa e treinar futebol, de participações em eventuais negociações de um jovem que se torna profissional e dos convênios com o setor público.
Etapas
Para a primeira etapa no Tocantins, ou seja, antes da instalação do projeto em toda a rede escolar, a Fundação Marcet projeta um investimento inicial próprio de cerca de R$ 1,5 milhão. Esse dinheiro é aplicado no financiamento de bolsas de estudos no exterior para atletas, despesas com locomoção e formação de professores.
Já para 2010 o objetivo é que cerca de 100 jovens sejam levados para treinar pelo menos por duas semanas na Europa.
Detalhes
Marcet ressaltou que, no projeto apresentado ao governador, há nove tópicos a serem desenvolvidos. O primeiro deles foi o Desafio Tocantins, que já está em curso. Os outros tópicos são realizados de acordo com o desenvolvimento do projeto e com o interesse do setor público em ajudar na promoção.
Dentro do projeto, está, também, a intenção de realizar uma Copa do Mundo de Futebol Escolar no Estado. O evento, segundo Marcet, reuniria escolas de todo o mundo, em uma competição com condições de atrair as intenções dos órgãos de comunicação de todo o planeta. O torneio poderia contar com pelo menos duas grandes agremiações do futebol europeu, como Real Madrid e Barcelona, mas, para isso, os organizadores precisam bancar as vindas dessa equipes.
Outro ponto destacado pelo presidente da Fundação foi o Libro Gol (Livro Gol em português). Esta iniciativa consiste em dois pontos principais: consolidar a formação de jogadores de futebol no Tocantins com capacidade para jogar na elite do futebol nacional e lutar contra evasão escolar e o trabalho infantil. Basicamente, o Libro Gol, segundo Marcet, aposta na formação de professores qualificados no futebol, incentivando o jovem a estudar o ensino regular e, ao mesmo tempo, aumentar a sua capacidade técnica e física para a prática do esporte.
Estudos
Importância
Paralelamente ao futebol, a metodologia do projeto exige que o aluno participante cultive outros valores, como bom relacionamento humano, honestidade e evolução satisfatórias nos estudos. Um exemplo disso foi a seleção para os jovens que já foram pré-selecionados para ir ao exterior. Marcet contou que durante as muitas peneiras teve um menino que se destacou bastante com a bola no pé, porém apresentava um desempenho escolar muito ruim e, desta maneira, ficou de fora da avaliação.
(Fonte:JTO)
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