Confira o artigo do jornalista Walquerley Ribeiro- Flamengo: ano novo, time velho!

0
292
Wlalquerley disse que única coisa que não muda no time é a forma de jogar e a falta de estratégias defensivas - Foto: Arquivo Pessoal

Ano novo, time velho!

O ano de 2019 começa com o Flamengo já levantando a taça de campeão da Flórida Coup, vencendo Ajax-Holanda nos pênaltis e o Eintracht Frankfurt-Alemanha por 1 x 0 no tempo normal. Mais uma vez trouxe esperança para o coração da maior torcida do Brasil. A expectativa é grande e a promessa é de títulos nesta temporada.

Porém, a velha forma do time jogar continua como nas temporadas de 2017 e 2018. Nos anos anteriores trouxe contratações de peso e mesmo assim o time continuou jogando no mesmo esquema tático, ofensivo e sem estratégias funcionais para a defesa.

A equipe até ensaiou estratégias inovadoras em 2017 com o técnico Zé Ricardo. Em uma situação chegou a jogar com quatro laterais na etapa final de algumas partidas, conseguindo mostrar estratégias defensivas e diferenciadas, surpreendendo o adversário. O ano foi passando e o inexperiente técnico deve ter sofrido pressão para jogar semelhante ao Barcelona, como um time ofensivo e rápido. Não deu certo!

Apesar do título Carioca de 2017, amargou derrota nas decisões da Copa do Brasil e Sul-Americana. Libertadores, mais uma vez foi decepcionante, não passando da primeira fase.

Naquela época, o técnico Zé Ricardo iniciou o ciclo no Flamengo jogando com um volante de origem e outro (falso) e com um time ofensivo. Não funcionou!

Sai Zé Ricardo em 2017, entra Reinaldo Rueda. O técnico colombiano começou a ditar um ritmo defensivo no time. Porém, saiu no início de 2018 para assumir a seleção chilena.

2018

O cargo ficou aberto para mais um inexperiente e tímido técnico das categorias de base do Flamengo. Foi a era Barbieri, uma das piores decisões que a gestão de futebol tomou, estendendo e bancando os fracassas do treinador.

A última partida antes da parada para a Copa do Mundo de 2018 foi entre Palmeiras e Flamengo. O empate por 1 a 1 no Allianz Parque deixou o Rubro-Negro oito pontos na frente do rival e na liderança do Campeonato Brasileiro.

Após o retorno, com a saída de Vinícius Jr. para o Real Madrid, o técnico Barbieri não pensou em uma nova estratégia e tentou suprir a saída do jovem talento com Matheus Sávio, Marlos Moreno, Geuvânio e sempre com Cuellar sozinho como volante de proteção no meio campo, além de Arão fazendo suas lambanças na área intermediária. Continuou o time jogando no mesmo esquema tático, mesmo após derrotas em casa para o Ceára e fracasso na Libertadores.

Barbieri insistiu com Willian Arão, um dos jogadores que mais erra passe no time rubro-negro, estava em 2017 como volante (falso), continuou em 2018 na mesma posição, perdido em campo. Perdeu espaço em um intervalo na temporada de 2018 e agora volta com força em 2019.

A forma que o time vem jogando, Arão poderá mais uma vez, contribuir para desastres como anos anteriores. Mesmo sendo um bom jogador, já está comprovado que Arão não pode ser titular com essa função defensiva. Erra muitos passes, corre desordenado da defesa ao ataque e atrasado voltando do ataque à defesa.

Pará e Rodinei, são outros dois jogadores que os técnicos revezaram na lateral direita desde 2017, sem rendimento no último ano para o time. Após a saída do lateral esquerdo Jorge, para o Mônaco, veio o peruano Trauco, que ensaiou um excepcional início, porém, sempre deixando a defesa à mercê. O lateral Renê, por não concorrência, ganhou a titularidade absoluta e até por falta de critérios, foi considerado como melhor na posição do Campeonato Brasileiro de 2018.

Nessas últimas temporadas, sem uma estratégia eficiente de proteção à defesa, os zagueiros e goleiros do Flamengo ficaram em posição de risco.

Sai Barbieri e entra Dorival Jr.

O experiente técnico teve um início que parecia ter organizado o time na defesa. Porém, no principal jogo, contra o Palmeiras, em vez do técnico fortalecer o time defensivamente, partiu pra cima do adversário com o mesmo jeito de jogar que Zé Ricardo e Barbieri insistiram nos anos anteriores.

Também vale destacar a incompetência do ataque rubro-negro, perdendo excelentes oportunidades de gols na etapa final de São Paulo, Corinthians e Palmeiras… Jogos do segundo turno.

Paquetá e Diego, até tentaram recuar para ajudar na marcação. Diego sempre rendeu nos outros times jogando mais próximo dos atacantes. A história final, todos já sabem! Flamengo mais uma vez ficou só no “cheirinho”.

Cuellar é um excelente jogador, mas, pode ser que não consiga segurar a carga pesada de único volante de origem, durante toda a temporada de 2019. Certamente o Flamengo vai sobrar no Campeonato Carioca e o técnico vai ficar satisfeito com o rendimento do time.

Não basta apenas contratar zagueiros, é preciso estudar um esquema tático defensivo para disputar Libertadores e Campeonato Brasileiro. Chegada de Gabriel e Arrascaeta, não muda a forma do time jogar.

Ano novo começando, técnico novo e experiente, mas o velho time está de volta com Pará, Rodinei, Arão, Trauco… Troca atacante por ponta, ou vice e versa, continua 4-1-4-1, e a velha esperança e alegria de início de temporada em 2019. A única coisa que não muda no time é a forma de jogar e a falta de estratégias defensivas. Pelo visto as contratações na gestão do Flamengo não são pensadas para um esquema tático, são concretizadas para vender camisas.

Walquerley Ribeiro

Flamenguista e jornalista

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui